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Aqui há uns 50 anos atrás nem um fruto de oliveira se perdia. Mal as azeitonas começavam a pintar de negro e a cair ao chão logo os pais encarregavam os filhos de levar consigo uma qualquer vasilha para enquanto guardavam o gado fossem apanhando a azeitona do chão, quer chovesse, quer estivesse frio de rachar.
Recordo-me de que mais tarde, quando cheguei a Lisboa, ao ouvir as pessoas queixarem-se do preço a que pagavam o litro do azeite, na mercearia, pensando no quanto sofri na terra a apanhar azeitona e a carregar com ela dos olivais para casa, dizia cá para comigo: o azeite não tem preço!
Já lá vão mais de 60 anos que tudo isso aconteceu, e desde essa altura até ao passado dia 23 de Outubro jamais voltei a mexer em azeitona que não fosse já curtida ou em azeite transformada. Calhou agora, depois de a titulo de brincadeira ter ofertado os frutos das oliveiras do meu quintal ao Arménio "Sarradela" que ele aceitou, e mobilizada toda a família e amigos, numa manhã a entrar pela tarde adentro deixou-me as oliveiras prontas para outra colheita. Amigos, amigos; negócios à parte; se quis ganhar o almoço tive que também ripar à mão.
Até os cães da casa devem ter ficado espantados de me ver ali armado em derribador de azeitona
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