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Ouvi falar muito nele, nos inícios da década de 60, quando em boa hora o Bispo de Vila Real, D. António Valente da Fonseca reconheceu a soberania de Vilar de Ferreiros na Ermida do Monte Farinha e a colocou sob administração do Padre Manuel Joaquim Correia Guedes. Estou-me a referir ao Dr. Nelson Vilela, um consagrado poeta e prosador que só por ingratidão ou ignorância das nossas editoras não tem a sua obra divulgada à medida da respectiva amplitude e importância cultural. E verdade seja dita, que se não fora uma dilecta conterrânea minha me ter alertado para esta realidade, por espontaneidade minha também o não fazia, confesso. Isto porque embora admirador seu, apenas uma vez o vi e nos cumprimentamos por ocasião do lançamento de um livro do Luís Jales de Oliveira, na vila de Mondim.
Mas quem é o Dr. Nelson Vilela?
Nelson Vilela, nasceu em Vilarinho da Samardã, em 1933, oitavo filho de uma família numerosa (14 irmãos). Cursou Teologia no Seminário de Vila Real. Aos 18 anos publicou o seu primeiro livro de poesia "Saudade", com autorização do Bispo D. António Valente da Fonseca que por ele nutria muito carinho e o encorajamento do ilustre filólogo Mons. Ângelo do Carmo Minhava. Que do Nelson fez saber : " Homem de raras qualidades, mas muito modesto, podia, se outro fora o seu temperamento, impor-se no arraial das letras..." Em Portugal só quem for aventureiro é que trepa...
Nunca tendo exercido qualquer ónus eclesiástico, pediu e obteve dispensa desse múnus e dedicou-se ao Ensino, após se ter licenciado em Filologia pela Universidade do Porto.
Leccionou em Mondim de Basto, Nova Lisboa, Évora, Alcácer do Sal, Chaves e Braga. Pertence à Associação dos Autores de Braga e já fez parte da Direcção. Das muitas obras suas, realço: Saudade, Asas de Espuma, Mar e Sombra, Inquietação, Pedaços do mesmo sonho, Regresso, Sempre em Caminho, Livro de Carla, O Sal e as Lágrimas, entre outros.
Um distinto poeta e prosador comprovinciano de Torga, e natural da aldeia transmontana que marcou e acolheu Camilo Castelo Branco, em menino e moço, e cuja simplicidade e modéstia do autor não é motivo para desculpar a amnésia de certos editores e livreiros. O valor a quem o tem!
Obrigado Maria da Graça, pelo alerta, também como transmontano de Basto, com ele canto, agora :
" E orgulho tenho de nascer assim
Podem rufar tambores, arrais e viras
É de lá que sou... foi de lá que vim."
In Sempre em Caminho, de Nelson Vilela
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