Talvez não agrade a muitos, nem todos gostam de ouvir certas verdades, sobretudo se mexem com o seu modo de ser e pensar. Mas que discordo com todos aqueles que armados em “Ladino” - personagem de Os Bichos, de Miguel Torga - lá isso é garantido; pois não aceito que pessoas que vivem regaladamente e para quem o rigor da crise os não afecta, venham para a rua fazer coro com aqueles que realmente têm razão para se queixar. Solidariedade? Essa mostra-se com obras que podem ser realçadas com um pouco mais de generosidade e fraternidade
Sabemos que o papel dos sindicatos e das intersindicais é precisamente fazer barulho de forma a justificar a quotização dos seus filiados , mas “não vá o sapateiro além do chinelo”. Isto para dizer que também não percebo como é que havendo crise se continua a ver os estádios de futebol cheios, as estradas a toda a hora apinhadas de veículos e toda a nossa gentinha na rua, no carro e nos transportes públicos de telemóvel à orelha a dar à língua. Espantar a crise? Não é a melhor forma de o fazer porque aprendi que”Grão a grão, enche a galinha o papo”.
Como não atingi aquela da Câmara Municipal de Lisboa virar escola agrária, com acções de formação em horticultura, nas freguesias de Benfica e Campolide. Será para transformar os jardins da cidade em canteiros para couves e alfaces ? Batatas bastam as que já abundam por cá…”Com bolos se enganam os tolos”.
E por aqui me cerro deixando ao critério dos meus amigos o concordar ou não com estas considerações que fiz, ignorando muitas outras desajustadas ao momento que Portugal vive, como sejam: as greves dos transportes públicos ou privados, dos estivadores, do funcionalismo publico e de todos daqueles que ainda têm trabalho e um maior ou menor ordenado garantido e em nome da sua liberdade prejudicam a dos outros e arruínam o país ainda mais do aquilo que está.