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Na última madrugada de sábado para domingo, estive a ouvir parte do programa "Da meia noite às duas" que a Rádio Renascença transmite. A figura convidada para a entrevista foi a Lili, uma distinta senhora que eu sabia ter sido quem nos últimos 15 anos de vida da Dona Amália, com ela conviveu e foi sua secretária e confidente; mas ignorava o modo como a irradiaram dum espaço que por direito e justiça lhe cabia, e Amália Rodrigues se fosse viva certamente estava por seu lado.
Embora já não sendo novidade, a Lili revelou coisas que são de pôr os cabelos em pé a quem hoje ainda acreditava que vivia em democracia. Como largamente tem vindo a ser divulgado pela comunicação social, o medo de manifestar a nossa opinião estalou-se e quem o não tiver, se for funcionário público corre o risco de perder o ganha pão. Mas a Lili nem precisou de estar nessa condição para ser injustiçada e obrigada a não falar demasiado..., porque senão terá que prestar contas...e quem sabe se no cemitério dos Prazeres.
Este País está assim, e uma senhora que mereceu a confiança de Dona Amália, e que dela foi sua confidente, só a esta hora não anda a pedir e a dormir na rua, porque entretanto Santana Lopes lhe arranjou uma casa de renda económica e a Caixa Nacional de Pensões lhe concedeu uma reles reforma de cerca de 300 € . Cambada de malandros!
Esta é a imagem que guardo daquela Amália que
nos anos 60 conheci nos Claustros dos Jerónimos,
quando então ali decorriam as gravações do espectáculo
"Som e Luz" e a seu pedido me calhou a honra de servir
de cicerone para lhe indicar onde era a sala de filmagem.
Era este rosto, meigo e sedutor que uns óculos escuros
enobreciam. Na passada 2ª-feira, faz hoje 8 dias, se fosse
viva Amália fazia 87 anos.
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