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Em demanda do Presépio

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 08.12.13

Carnide (Lisboa) Nossa Senhora da Luz.

          O Dia 8 de Dezembro é o Dia da Imaculada Conceição, ou simplesmente Dia da Imaculada.  É uma festa universal definida por Sisto IV, em 28 de Fevereiro de 1476. Todavia só a 08 de Dezembro de 1854 é que Pio IX definiu solenemente como dogma de fé a Imaculada Conceição. Apoiando-se para isso não só nos textos bíblicos, como também nos escritos de Santo Ireneu de Lyon e Santo Ambrósio de Milão, Padres da Igreja que sobre o assunto haviam tratado já com profundidade teológica. E não podia ser doutro modo, uma vez que Maria, a “cheia de graça”, em cujo ventre Jesus encarnou, tinha forçosamente  que estar isenta de pecado para poder gerar a 2ª Pessoa da Santíssima Trindade.

 

Nazaré (Israel) aqui, o Anjo anunciou a Maria.

          O dogma reza que a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Diz ainda que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado. Em Portugal, com o titulo de Nossa Senhora da Conceição, ela é rainha e padroeira desde o inicio do reinado da Dinastia de Bragança. A ordem militar de Nossa Senhora da Conceição foi instituída por D.João IV, que alegadamente sintetizaria um culto que em Portugal existiu muito antes de ser dogma, pelo menos na sua designação remete para o conceito popular, não para o conceito teológico afirmado pelo dogma. Do mesmo modo, as paróquias portuguesas anteriormente listadas adoptaram a designação “Nossa Senhora da Conceição” ou “Conceição”, mas não “Imaculada Conceição”. Dia bonito, este, que entre nós já foi Dia da Mãe e do qual o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, nos diz hoje:

          "Não estamos diante de uma simples festa cristã ou de capricho religioso. O dogma resulta de tudo quanto a Igreja viveu até aqui e vive hoje em toda a sua plenitude. Faz parte da identidade da Igreja. Isso mesmo o prova o texto proclamado por Pio IX que apoia a sua argumentação nos Padres e Doutores da Igreja e na sua forma de interpretar a Sagrada Escritura. Ele, de facto, reconhece que este dogma faz parte, depois de muitos séculos, do ensinamento ordinário da Igreja". Este ano calhou ao domingo, o 2º do Advento, guiados por Maria vamos em demanda do Presépio

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publicado às 19:46


Os vossos juìzos

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 22.11.13

O espectáculo que as forças de segurança portuguesas ontem deram do País, mostra o nível cultural, civico e patriótico daqueles que desobedecendo às leis, se manifestaram em frente à Assembleia da Republica, rompendo a barreira de segurança. Um bom exemplo, para mostrar aos cidadãos como se devem  comportar em actos semelhantes. Isto para além da imagem que de deram ao mundo, deste país pelintra, mas arrogante. Assim não vão lá, e até não duvido que com algumas mais, como esta, o Dr. Mário Soares possa acertar....

"INADMISSÍVEL. Se a policia pode ir até á porta, e como funcionários públicos são empregados de todos os que pagam impostos, nós, os tais que pagamos impostos, queremos ir lá dentro. Onde estão as balas de borracha? Onde estão os canhões de água? Em manifestações são cidadãos iguais a qualquer um. Os diversos comandos das diversas policias deveriam ser demitidos, e em última análise os ministros das tutelas, isto num país digno desse nome, e não desta corja de gatunos que implantaram o 25A". - Assim fala um cidadão também indignado, não com o governo, mas com a governação....

 

"A quem vem criticar só por criticar, vou deixar factos, ninguém quer melhores ordenados, queremos ter direitos como os restantes cidadãos!!! -Trabalho 26/27 dias por mês, muitas vezes mais de 8 horas por dia, não recebo horas extras, mas só a contar 8h diárias faço 54h por semana e não recebo mais por isso. -Tenho uma folga a cada 8 dias. -Tenho um Domingo a cada 5 semanas. -trabalho fins de semana, feriados, natal, ano novo, pascoa, e faço no mínimo 2 noites por semana. -Não recebo abono de família, porque sou rico? não, porque declaro cada centimo do que recebo. -Não tenho horário de trabalho, só sei o meu serviço do próximo dia ás 17/18h do dia anterior. -Não tenho direito á greve. -O meu vencimento são 839€ por mês. -O meu trabalho não é dobrar cuecas numa loja, nem apertar parafusos numa linha de montagem, eu arrisco a minha integridade física todos os dias. -Sou observado e criticado, quer na minha vida profissional como pessoal, pois segundo os ex.mos cidadãos eu devo ser um exemplo em tudo(devo ser algum santo e não sei). Por estes motivos todos, vejam e analisem se 800€ por mês, trabalhando muitas mais horas e dias que qualquer privado, com um terço das folgas mensais, trabalhando em turnos rotativos aleatórios, e com uma profissão que afecta profundamente a minha vida pessoal, digam se não mereço sequer esses 800€. Mas a pior coisa da profissão é a falta de reconhecimento e respeito por parte da população, pois sinto-me todos os dias odiado pelo meu povo". - Neste comentário, creio que de um agente da Autoridade, nota-se o parecer de quem com honestidade e coerencia sabe honrar a profissão e a classe.

"Acho incrível a falta de cultura e civismo que algumas pessoas têm, não entendo porque é que algumas pessoas ficam ofendidas quando os polícias lutam. Reparei num comentário de um senhor a dizer que “isto daqui a nada está como no Brasil”, meu senhor, isto devia estar como no Brasil; assim, um policia poderia actuar sem ter receio de ir parar a prisão por ter tentado evitar um assalto ou um crime. É que as pessoas têm telhados de vidro, quando precisam de um polícia e ele não esta lá, é porque não presta e não fazem nada, mas esquecem-se do resto, dos meios operacionais, nos horários que são sujeitos, de saber que vão para o serviço, mas não sabem se voltam a horas, ou se voltam para casa para as suas famílias. Por isso meus senhores e senhoras, lavem a boca a boca antes de falar da polícia sem ter conhecimento, sem terem passado na pele de um polícia nas situações complicadas, porque somos todos humanos. Em todas as profissões há bom e mau, existe polícias que sabem desempenhar as suas funções como existe polícias que não sabem. Mas se um fazer bem, ninguém dá valor se um fizer mal todos sabem criticar". - Para já resultou na demissão do director da PSP, Paulo Valente Gomes, que o Ministro Miguel Macedo aceitou, como colhi na pág. da RR, deste dia. Fiquem com os comentários e façam os vossos juízos, que eu faço os meus. E tenho muito respeito pelas autoridades

Jornal de Notícias

 

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publicado às 16:40


A arte das cores e Portugal

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 03.10.13

Um mestre do pincel e paleta, que nas cores fortes se inspira

          O pintor António Carmo é um distinto alfacinha que nasceu na Madragoa, em 1949. Fez os seus estudos na Escola Decorativa António Arroio, onde na área de Pintura cursou. Dotado com forte vocação e sensibilidade  para a prática de tudo quanto seja arte em movimento e cor, também o actuar em  palco ou salão lhe cativou o gosto, que satisfez, ao fazer parte do Grupo de Bailados Verde Gaio, entre 1967 e 1980.

          Mas é do pintor que Fernando Paulouro Neves, faz este comentário: "Um dos traços distintivos da Pintura de António Carmo é o universo cultural que ela ilumina e reflecte como caligrafia plástica de grande beleza". Que mais adiante remata com este final: " Vou a Malraux e encontro porventura uma definição da arte de António Carmo, quando, em " As vozes do silêncio", ele escreveu: "A pintura tende muito menos para ver o Mundo que para, a partir dele, criar um outro; o Mundo serve o estilo e serve o Homem e os deuses". E clarifica: " À pergunta " o que é a Arte?", somos levados a responder:Aquilo pelo qual as formas se tornam estilo" É essa a verdade que irrompe e se afirma com as suas metamorfoses de imaginário, no universo criador de António Carmo".

          De trato afável, expressivo e  franco, o mestre Carmo deu-se-me a conhecer numa estação do Metro, onde ambos costumamos apanhar transporte, e desde esse dia passamos a ficar amigos. A sua pintura que já o levou a todos os cantos do mundo é também um complemento para o enriquecimento da bagagem cultural que a sua simplicidade não alardeia, mas o comportamento revela. Desses muitos países em que já expôs, destacamos: Inglaterra. Espanha, Holanda, Bulgária, Alemanha, Bélgica, Checoslováquia, Luxemburgo, Macau, Japão, Austrália, Guiné-Bissau, Marrocos, U.S.A; Canadá, Venezuela, Suíça, Suécia, Cabo Verde e Brasil. No país, não deve haver sítio nobre onde não tenha exposto. Neste momento, por um convite para a abertura da exposição sei que de 2 a 8 de Outubro pode ser visitada no Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, na Rua Fialho de Almeida, nº 3.

          Tenho muita pena, mas neste lapso, vou-me andar arredio da capital; vou para outra, mas do barro leiriense. E deste modo perco de ver, mais uma das muito apreciadas exposições, do consagrado pintor português que tão brilhantemente cá, e além fronteiras, honra a arte das cores e Portugal

  

O modelo do pintor (2005)

Lembrança dos teus beijos (2005)

Destinos do Fado (2003)

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publicado às 18:36


14 e 15 de Setembro

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 13.09.13

Entrada no Santo Sepulcro

         Neste local santo, em Jerusalém, foi sepultado Jesus Cristo e perto descoberta a Cruz onde foi pregado e como homem morreu. Local onde segundo a tradição, também a Vera Cruz  foi descoberta em 326 por Santa Helena de Constantinopla, mãe do Imperador Constantino I,  durante uma peregrinação à cidade de Jerusalém.

A igreja foi dedicada nove anos após, em 335, com uma parte da cruz em exposição. Em 13 de Setembro ocorreu a dedicação da igreja e a cruz foi posta em exposição no dia 14, para que os fiéis pudessem orar e venerá-la.

Entrada na igreja do Santo Sepulcro

          Até 1969, a quarta-feira, sexta e sábado após 14 de Setembro eram considerados como um dos quatro conjuntos de dias de têmporas. A organização destas celebrações específicas, agora, estão sob discernimento das  conferências episcopais, que devem considerar usos e costumes de suas localidades. Esta data também marca o início do tempo de jejum pela Regra de Santo Alberto.  De acordo com as regras litúrgicas da Igreja Católica Romana,  o presbítero deve utilizar vestimentas vermelhas neste dia.

 

Foto do blog Os Calvários

          Foi na Cruz que Jesus Cristo ofereceu ao Pai o Seu Sacrifício, em expiação dos pecados de todos os homens. Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação. Amanhã, dia 14, festeja-se a Exaltação da Santa Cruz, e no dia 15 é a festa de Nossa Senhora das Dores, festa que anda à volta do sacrifício do Redentor e à Cruz onde  nos redimiu.

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publicado às 00:01


As Santas tradições

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 03.06.13

          Por decisão de um governo, apostado em salvar Portugal da "banca rota" e conseguir a recuperação da economia nacional, foram eliminados dois feriados e dois "dias santos" que faziam parte da história e da memória colectiva. Desse modo a Festa do Corpo de Deus, ou Corpus Christi que se celebrava 60 dias após a Páscoa, este ano pela primeira vez na história do país deixou de se celebrar na Quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade para acontecer no domingo mais próximo, desta vez foi a 2 de Junho. A decisão governamental de eliminar este feriado de principio trata-se de uma suspensão até 2018 altura em que a situação será reavaliada com a Santa Sé. Oxalá que nessa ocasião a voz dos fieis cristãos já se faça ouvir...

 

           A primeira “festa" do Corpus Christi surge em consequência das revelações recebidas pela Beata Juliana de Retinne (Bélgica) por volta de 1246. Todavia só ganhou relevância universal desde que o Papa Urbano IV, em 1264, pela bula Transiturus, estendeu esta festa a toda a Igreja, como solenidade de adoração da Sagrada Eucaristia.

 

 

          Em Portugal embora haja referências à sua comemoração desde os tempos de D. Afonso III, foi no reinado de D. Dinis e apartir de 1282 que a festa do Corpus Christi começou a ser oficialmente celebrada em todas cidades e vilas portuguesas.

          Evento com mais de setecentos anos de prática efectiva no país, merecia maior respeito e consideração por parte dos nossos governantes e políticos, mesmo que não católicos. A machadada não foi na Igreja, mas sim na História de Portugal. Há dias o Papa Francisco I, afirmava:  “Os corruptos esquecem o amor de Deus, estão apaixonados por si mesmos. Quanto mal fazem na Igreja!”.

 

          As asneiras dos homens Deus as perdoa e ajuda a remediar, quem no domingo passado desceu à baixa alfacinha pôde em parte testemunhar isso mesmo ao ver a afluência de fieis que da cidade e arredores vieram incorporar-se na Procissão. Presidiu o cardeal D. José Policarpo agora na condição de Administrador Apostólico da Diocese de Lisboa.

 

           Com o lema " Cristo vivo no coração da Cidade" a Procissão teve inicio às 17:00h no Largo da Sé e percorreu várias das ruas de Lisboa: Rua das Pedras Negras, Rua da Madalena, Rua dos Condes de Monsanto, Praça da Figueira, Rua da Prata, Rua da Conceição, Rua de Santo António da Sé e Largo da Sé, onde terminou cerca das 19:00h com a tradicional bênção. Após a bênção o Senhor D. José Policarpo dirigiu-se aos milhares de fieis que encheram as ruas da baixa e se incorporaram nesta Procissão que foi a sua última como Pariarca de Lisboa para lhes agradecer a participação e resposta ao seu apelo.

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      Das palavras ditas ficou: Confesso que já estou com saudades, mas vamos continuar unidos como membros desta Igreja que amamos. Até aqui vos sabíeis como é que me havíeis de encontrar. A partir daqui nem eu sei garantir-vos, mas há um segredo que vos queria dizer: Quando estiverdes a adorar o Senhor diante da Eucaristia é muito provável que me encontreis lá”.

 

           Para memória visual ficam também mais algumas fotos

          Ordens, irmandades e associações desde sempre participaram nesta Solenidade

           Também as instituições religiosas e poroquiais se fazem representar com todo o primor, aqui vemos o paroco de Santa Justa e Santa Rufina, Padre Vítor Gonçalves desfilando em território da sua área pastoral. 

 

          Na primeira fila, ao lado de um dos elementos da organização, o Vigário Regional da Prelatura do Opus Dei, em Portugal, Mons. José Rafael Espírito Santo.

           Na cauda do desfile cerimonial o Pálio e nas mãos do Cardeal D. José Policarpo o Sagrado Corpo e Sangue de Jesus Cristo, o Cristo Vivo. 

           Logo atrás do pálio centenas de fieis acompanham o cortejo com muito respeito e devoção, se vê aqui já no regresso com a igreja da Madalena ao fundo.

 

          O Largo da Sé foi pequeno para receber tantos fieis, muitos limitaram-se ao ouvir pelos altifalantes que a organinazação colocou ao longo do trajecto. A solenidade celebrou-se e celebra-se na mesma, mas  o seu dia é como sabemos a uma Quinta-feira, 60 dias após a Pascoa. Respeite-se a história e as santas tradições.

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publicado às 22:31


Dois bem-aventurados

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 20.02.13

          Em Ano da Fé e dia em que a Igreja festeja dois santos portugueses, os beatos Jacinta e Francisco Marto, achei por bem divulgar o presente que neste dia, 20 de Fevereiro, o pároco de Santa Justa e Santa Rufina ofertou no fim da missa das 10:00h a quem nela participou: uma pagela alusiva a cada um desses dois pastorinhos que viram e falaram com Nossa Senhora, em Fátima.

          Trata-se do padre Victor Manuel Fernandes Gonçalves, um ainda jovem sacerdote da diocese de Lisboa cuja fecunda actividade pastoral se reflecte no labor evidenciado como Pároco de Santas Junta e Rufina, Reitor da igreja da Nossa Senhora da Saúde e Capelão da respectiva Irmandade, Vigário da Vigaria de Lisboa I, além da estreita ligação que mantém com o mundo da comunicação social, em especial na Voz da Verdade e Rádio RenascençaOrdenado sacerdote a 7 de Julho de 1991, o padre Victor Gonçalves após ter passado por outras paroquias à volta de Lisboa, acabou por ser nomeado para substituir o padre José Maria de Braula Reis que cerca de 30 anos esteve à frente da paróquia que tem por sede a igreja de São Domingos à baixa.

         Se atendermos ao facto do padre Braula Reis ter nascido a 19/11/1922 e o padre Victor Gonçalves a 18/11/1965 não há duvida que foi uma lufada de ar fresco a entrar pela porta dentro da velha igreja que remonta ao tempo de D.Sancho II, sec. XIII. Em plena Baixa Pombalina, esta igreja é Monumento Nacional e no seu interior além de imagens antigas como a de Nossa Senhora da Escadinha, pode se ver metade do lenço usado pela irmã Lúcia no dia 13 de Outubro de 1917 (a outra metade está no Santuário de NS de Fátima, em Fátima) e ainda o terço usado pela beata Jacinta Marto naquele mesmo dia. Alguma ralação dos pastorinhos com esta igreja tinha de existir para justificar a oferta destas pagelas no dia litúrgico destes dois bem-aventurados, aí a temos.

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publicado às 22:21


Na diáspora, como eu.

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 10.07.10

           Para falar com franqueza,  do  autor de Intimidades "Estados d'Alma", do Nelson T. Silvanão tenho dados biográficos que me permitam realçar o seu verdadeiro estatuto de conterrâneo meu, e como eu defensor de corpo e alma do nosso torrão que tem no Monte Farinha, nas Fisgas e no Tâmega a chancela que no panorama paisagístico de Portugal distingue as terras de Basto ou de Santa Senhorinha. Mas mediante a apreciação atenta que fiz desta colectânea de poemas seus, em 116 páginas derramados, deu-me para formar do autor uma imagem que suponho aproximada do seu perfil: social, espiritual e artístico; e  que vou tentar em síntese retratar aqui, e assim prestar homenagem a um poeta meu conterrâneo que desde já alcunho de "António Nobre",  de Basto", por ver na sua poesia uma semelhança nostálgica com a do portuense autor do SÓ.   

          Para me ajudar nesta tarefa conto em primeiro lugar com a colaboração de outro já consagrado poeta transmontano, o Nelson Vilela, que no seu prefácio à obra deixa comentado: " Parto do título: INTIMIDADES - do latim - Intimus - superlativo absoluto sintético de interno - interior - íntimo, adjectivo aqui substantivado. Intimo o que está dentro, no mais fundo do ser - a raiz de tudo, de todos os sentimentos e, portanto, à primeira vista, aí devia tudo ficar, mas não, este recinto reservado, mantido em segredo, salta, por necessidade de partilha, cá para fora, para o outro que se torna detentor do segredo; daí falar-se de pessoa intima, merecedora dos seus sentimentos, intimidades - intimidades que levam o leitor ao conhecimento dos estados de alma do poeta : anseios, alegrias, tristezas, crenças, natureza e Deus em toda a  dimensão do seu acto criador. É nesta amplitude de situações que emerge e se dimensiona a temática poética de Nelson Teixeira da Silva".

         Também do "Ginho, poeta e prosador mondinense de craveira, com diversos títulos publicados, fui recolher, na página 9 de "Estados d'Alma", os dados de que me sirvo e divulgo:" O Nelson gosta de escrever lá no alto, lá em cima - em divina contemplação. Na Bouça, quando a lua cheia parece  querer engolir o Toumilo Celta, ou aos pés daquela mulher de pedra que chora com Seu Filho no colo. Aos pés de Nossa Senhora da Piedade, por quem o Nelson tem uma grande devoção e com quem partilha, diariamente, uma grande cumplicidade. E então as suas estrofes cheiram a tojo e a rosmaninho e são tão frescas que conseguem saciar a gente como se estivéssemos a beber na Fonte do Eirô dos romeiros, ou na enfeitiçada Fonte do Barrio, que acorrentava a Mondim quem beijasse a sua boca. 

          O Nelson é um marido apaixonado, um pai babado e um escritor inspirado. Fez, comigo, animação e fez cultura, fez comigo, musica e fez teatro e canta, ao meu lado, no Coro de São Cristóvão de Mondim, já lá vão trinta e tal anos. Conto com ele, ao meu lado, para interpretar as mais difíceis partituras da minha vida. Agora, conto com ele como poeta. Como vocês podem contar".

          Para formatar  a "foto descritiva", a dedicatória do Nelson é um mimo de ternura que em nossos dias constitui um modelo de vida matrimonial a  ser apontado, ora reparem: " Á minha mulher Filomena, principio de todas as coisas, causa e origem destas e de outras mais sublimes criações -  os meus filhos Teté e Nelsinho. É deles e para eles, também, este livro pequenino.  Não fui capaz de mais. Mais mereciam". - As obras não valem pelo seu tamanho, mas pelo conteúdo e o amor com  que  o artista as apronta. Ora pelo que acabei de ler, o autor de Intimidades "Estados d'Alma" é desses, faz parte dessa  plêiade de eleitos que na antiga Grécia tinham o deus Apolo por protector. Os meus parabéns.

          Li a eito, para assim chegar seguro do Sofrimento....ao Outeiro. Detive-me com religiosa ternura a ler: Para ti, Mensagem, Visão do Sul, Procissão,  O FadoCartão de visitaNossa Senhora da Lapa e todo o restante desfilar de intimidades que discretamente o Nelson Teixeira da Silva com arte e harmonia em verso desenhou. À pessoa amiga que pelo correio me  fez chegar à mão esta valiosa jóia literária os meus sinceros agradecimentos, ao artista que tão bem a lapidou, só espero e  faço votos lhe sirva de lenitivo e o desperte para outras futuras produções. De modo a que  mais tarde  não venha também depois dizer aos mondinenses que "Mais mereciam"... quando sabemos ele querer dizer: merecem. E muito mais aqueles  que na diáspora, como  eu.          

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publicado às 12:04


Muita gente e muita fé

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 17.06.10

          Mais uma vez decorreu com brilho, na cidade de Lisboa, a Festa do Corpo de Deus que anualmente se realiza na 5ª-feira a seguir ao Domingo da Santíssima Trindade.  Festa que no ano de 1246 teve a  sua origem na cidade de Liège  (Bélgica), e que depois, em 1264, o Papa Urbano IV, dotando-a com Missa e ofícios próprios, alargou a todo o mundo através da bula "Trânsitos.  Terá chegado a Portugal nos finais do século XIII, e é uma das 7 solenidades religiosas que o povo português  festeja, e a que mais nos torna  identificados com  a nossa condição de fieis cristãos.  

          Além da Festa do Corpo de Deus, temos mais o 1º de Janeiro, Dia de Santa Maria, Mãe de Deus; a Sexta-feira Santa, anterior ao Domingo de Páscoao 15 de Agosto, Assunção da Virgem Santa Maria; o 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos; o 8 de Dezembro, a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, e a 25 de Dezembro, o Natal do Senhor. E mais devíamos ter, pois um 6 de Janeiro (Dia de Reis) ainda hoje se festeja em Espanha, e um 19 de Março (Dia de José) ou uma Quinta-feira de Ascensão (40 dias depois da Páscoa) são datas muito mais sentidas e vividas na alma do nosso povo do que por certo alguns feriados de ocasião....E  também não me venham dizer que é  devido aos dias santos de guarda  e aos feriados nacionais que Portugal entrou em crise económica e deixou de produzir riqueza, porque só os ignorantes  acreditam nos que fazem disso tese sua. Que são os mesmos de sempre: aqueles dos casamentos homossexuais. Na Alemanha que é o país economicamente mais forte da zona euro, na 5ª-feira do Corpo de Deus todo o comercio está encerrado, até nisto os alemães nos dão lições.

           Mas vamos à nossa Festa do Corpus Christi, sabido que: em Lisboa, a partir do século XV, a sua procissão se tornou numa das mais grandiosas manifestações de devoção popular. E hoje mais do que noutras alturas é necessário e urgente continuar a caminhar "partindo" de Cristo, ou seja da Eucaristia. " Comer este pão é comunicar, é entrar em comunhão com a pessoa do Senhor vivo", afirma o Papa Bento XVI. Caminharemos com generosidade e coragem, dispostos a ser fermento da comunhão e decididos a servir todos, sobretudo os mais pobres. 

          Depois de vários anos interrompida, o cardeal D. António Ribeiro voltou a restaura-la em 2003, e assim em Procissão de novo " Cristo Vivo" passou a percorrer como outrora o coração da Baixa alfacinha. Este ano o dia calhou a 3 de Junho, e  a Procissão saiu da Sé às 16h30 e pela Rua das Pedras Negras tomou a direcção da Praça da Figueira, e dali pela Rua da Prata ao encontro da Rua da Madalena por esta regressou  à Sé Patriarcal, cerca das 17h30. Muita gente e muita fé pudemos ver.  

Como sempre cabe as Forças de Segurança abrir fileiras....Aqui a GNR no comando!          

 A Cruz sinal do cristão

 

 Os vários estandartes e bandeiras

 

Diversas ordens e irmandades.

 

Arautos do Evangelho

 Religiosas de diferentes ordens

 Pça. da Figueira -  Párocos das diversas paróquias de Lisboa

 Dignatários da Igreja em serviço no patriarcado de Lisboa 

 O Prior de São Domingos e Capelão da Senhora da Saúde

O Palio que abriga a Custódia onde escondido vai Cristo em Corpo e Alma 

 Muito povo e muitas religiosas

 

 Filhas da Madre Teresa de Calcutá

 Rua da Prata - A cauda da Procissão

Largo da Sé

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publicado às 16:33


Condutores de massas

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 01.05.10

           O 1.º de Maio assenta numa manifestação de trabalhadores que em 1856 percorreu as ruas de Chicago, nos Estados Unidos da América com a finalidade de reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Provocou escaramuças com a policia que deram origem a ter havido algumas mortes. Em 1889, três anos mais tarde, a Internacional Socialista reunida em Paris decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar palas 8 horas de trabalho. A data escolhida foi o 1.º de Maio. 

           Em Portugal só a partir de 1974 é que voltou a comemorar-se o 1.º de Maio, evento que  tem vindo a servir mais a classe política do que as classes trabalhadores deste País sem rei, nem roca. Exemplo desse aproveitamento político temos as manifestações e comícios que em separado se realizam para festejar a jornada. No caso de Lisboa: a UGT(União Geral dos Trabalhadores), a escolher o Restauradores para concentração dos seus afeiçoados, e a CGTP- Intersindical, a optar pela Alameda de D. Afonso Henriques. 

          Bem andou Sua Santidade Pio XII, quando em 1955 decidiu instituir a Festa de São José Operário, dando assim ao Dia do Trabalhador a dimensão de fé e dignidade que os interesses políticos lhe recusam. A única vez que esta data foi comemorada em união ocorreu em 1974, a partir daí as águas separaram-se...Mas a represa  é a mesma. Efeméride que se comemora em todos os paises onde a liberdade existe, a data no entanto pode não coincidir. Na Austrália, por exemplo, varia com a região, e nos Estados Unidos, celebra-se na primeira 2ª-feira de Setembro.  

           Que São José Operário, no inicio deste mês das "romarias" a Nossa Senhora, interceda para que doravante haja unidade, igualdade de direitos  e respeito pelas familias trabalhadoras. Não sendo assim, daqui a pouco o povo deixa de acreditar. Não nos santos, mas nos condutores de massas. 

   

           Restauradores - hoje, 1.º de Maio de 2010, às 11h45. Lisboa numa manhã morta...que nem uma prova de atletismo animada com água de "Penacova" fez reanimar. 

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publicado às 16:05


barragem do Fridão

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 06.03.10

          Quem  em direcção a terras  de Celorico  deixa Mondim, pela  recta da Pena,  de pronto dá  consigo  junto à "antiga serração" do Cunha Alegre e consequentemente da ponte que sobre o rio Tâmega separa Trás-os-Montes (Vila Real) do Minho (Braga). As placas de sinalização aqui  em evidência mostram bem que ali acabou  Mondim de Basto e que a ponte já está sob alçada da Direcção de Estradas  do Distrito de Braga. Assim, uma vez atravessada a ponte, entramos no Minho pela freguesia e paróquia de Santa Maria de Veade (Celorico de Basto).  

 

          Conforme do lado de São Cristóvão de Mondim se enxerga uma habitação ao fundo do tabuleiro, junto da qual outrora um tanque com dois fontenários de água fresca e cristalina saciaram a sede a muita gente, também quem desse lado de Veade olhar  para Mondim vê as instalações da dita fábrica de serração e perto dela,  junto  ao leito do Tâmega, o bar que durante o Verão serve os inúmeros banhistas e veraneantes frequentadores da zona.

          O Tâmega  a montante da ponte

           O Tâmega a jusante da ponte

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           O Tâmega no seu percurso por perto de  Amarante, onde ainda não há muitos anos corria como rio, hoje a cauda  da barragem do Torrão transformou o rosto paisagístico do Rio Sagrado que de terras de Espanha desce por uma nesga de Portugal a baixo até se encontrar com o Douro, em Entre-os-Rios. 

          Vítima dessa barragem, hoje a jusante  de  Amarante o Tâmega deixou de ser um rio para se transformar numa represa sem vitalidade que as algas e os mosquitos tomaram como espaço dantes reservado à flora e fauna tradicionais do nosso rio sagrado.

          O mesmo espectáculo  se verifica nas imediações do Marco de Canavezes, onde  mal chegam uns  dias mais quentes de Verão, logo é ver, como aqui, a albufeira  em  toda a sua  extensão revestida de algas azuis! Um foco de doença e degradação do ambiente e da paisagem natural. É o que está guardado para a região de Basto se entretanto  não travam a manifesta intenção dos inimigos do "sagrado tameobrigus", que teimam em primeiro matar Mondim e toda a região de Basto, e quando uma catástrofe do tipo da que  se abateu agora sobre o Chile,  então arrasar Amarante. Mas infelizmente até o Presidente da Câmara que votou contra a construção da barragem, já admite a construção desde que corra algum... O PS pode bater palmas!!!

          Activo está o Movimento de Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega, cujo Núcleo do Alto Tâmega vai levar a efeito no dia 8, às 20h30, no Salão Nobre dos B V de Vidago uma sessão de esclarecimento à volta do pretendido aproveitamento hidroeléctrico de Gouvães, Padroselo, Daivões e Alto Tâmega (Vidago), em fase de "consulta pública". Serão oradores António Luís Crespi ( Prof. da UTAD), José Emanuel Queirós (fundador do Movimento de Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega), Pedro Couteiro (COAGRET), João Branco (representante da Quercus-ANCN) e Amilcar Salgado (economista). 

          Também no próximo sábado, dia 13, o "Tâmega vai desaguar no salão dos Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto".  O poeta e prosador mondinense Luís Jales de Oliveira lança, por volta das 21h30, mais um titulo da sua lavra, agora consagrado ao Tâmega  que querem mutilar: Corre-me um Rio no Peito.

          Para dar força e não permitir que o região de Basto se transforme numa banheira de água choca e pestilenta, aproveitem e vão até Mondim "dar um mergulho, matar saudades e fazer um brinde à nossa Região" e manifestar o vosso e meu "Não" contra a barragem do Fridão  

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publicado às 16:20


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